quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Comissão do Senado rejeita proposta de redução da maioridade penal


Atualizado: 19/02/2014 13:48 | Por Ricardo Brito e Débora Álvares, estadao.com.br

Comissão do Senado rejeita proposta de redução da maioridade penal

Por 11 votos a oito, os senadores recusaram proposição do líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira


Sob aplausos de manifestantes, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado rejeitou, na tarde desta quarta-feira, 19, proposta que permite a redução, em determinadas circunstâncias, da maioridade penal para 16 anos. Por 11 votos a oito, os senadores recusaram a proposta do líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), que chegou a ser chamado durante a audiência de "fascista" por um manifestante.
O texto do tucano previa a redução da maioridade penal para 16 anos nos casos em que o menor de idade tivesse cometido crimes hediondos, tráfico de drogas com uso de violência ou reincidência em crimes violentos. Pela proposta, o promotor de Justiça da Vara da Infância e da Juventude é quem iria provocar o juiz da causa pedindo que o jovem pudesse ser punido da mesma maneira que um adulto. O menor poderia passar por uma avaliação psicológica, socioeconômica e familiar.
A proposta foi colocada em pauta pelo presidente da CCJ, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que tem estado insatisfeito com a presidente Dilma Rousseff por ter sido preterido na reforma ministerial. O Palácio do Planalto é contra qualquer mudança na maioridade penal, mesmo ciente do risco eleitoral para Dilma. Pesquisas têm indicado uma maioria da população favorável à mudança.
Discussão. O debate na CCJ foi acalorado. Logo no início da sua exposição, o líder tucano foi chamado de "fascista" por um manifestante, Gustavo Belisário, que foi retirado da sala pela segurança da Casa. "É uma medida absolutamente cautelosa que se justifica diante da gravidade que os crimes bárbaros cometidos por menores de 18 anos e maiores de 16 precisam ser enfrentados", defendeu Aloysio Nunes Ferreira, que vai apresentar um recurso para que a proposta, mesmo rejeitada, seja votada pelo plenário da Casa.
Coube à bancada do PT liderar a derrubada da proposta. A presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, a petista Ana Rita (ES), disse que a diminuição da idade para 16 anos na punição de menores infratores não resolveria o problema da violência urbana. "Colocar todos esses jovens numa cadeia é agravar ainda mais um sistema caótico, falido", criticou.
A senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) reconheceu o "esforço" do líder do PSDB com a proposta. Ela chegou a sugerir o adiamento da votação para que o "debate" sobre a punição de jovens fosse feito no âmbito do Estatuto da Criança e do Adolescente. Ela disse que a Secretaria de Direitos Humanos e o Ministério da Justiça têm debatido o tema. "O grande desafio que temos em relação à inimputabilidade é como a pena do ECA é aplicada", ponderou.
A maioria da bancada do PMDB seguiu a orientação do líder Eunício Oliveira (CE) de votar a favor da proposta. "(É preciso) dar a oportunidade para que aqueles que cometam crimes hediondos seguidos tenham uma punição diferenciada daqueles que roubaram um pacote de biscoito", defendeu o líder.
Mas o apoio recebido pelo PT de outros partidos da base - alguns parlamentares rejeitaram a orientação partidária - foi decisivo para a vitória do governo. O senador Aécio Neves (MG), pré-candidato do PSDB à Presidência, deixou a CCJ antes da votação e, durante o debate, não se manifestou sobre a proposta. A rejeição da matéria foi comemorada ao final por um grupo de 10 manifestantes que estavam presentes.

Fonte: http://estadao.br.msn.com/ultimas-noticias/comiss%C3%A3o-do-senado-rejeita-proposta-de-redu%C3%A7%C3%A3o-da-maioridade-penal

Comentário:

Agora o que não entendo é que essas crianças podem votar, podem ser emancipados, fazem filhos etc... Mas na hora que roubam, matam, estrupam, sequestram ou assumem a responsabilidade de um crime cometido por um grupo onde teve a participação de pessoas maiores de idade  a Lei diz que eles não podem ser presos, pois ainda não possuem maturidade para assumirem os seus atos.
Será porque que nos Estados Unidos uma Lei como essa funciona? Será que os nossos "menores" são "menores" que os dele?

Quanto àqueles que aplaudiram, quero ver a cara deles quando um familiar seu for vítima dessas "criancinhas".

Já a Senadora Ana Rita (ES) tem razão, a prisão desses "menores" só incharia mais o sistema penitenciário, mas contra isso segue umas dicas:

Soltar aquelas pessoas que ainda estão presas, mesmo, com a pena já cumprida;
Liberar as pessoas que estão sendo presas por tirar um pedaço de árvore para fazer remédios;
Aplicar medidas socioeducativas para aquelas pessoas que furtaram um pacote de biscoito no supermercado para comer etc...

Nenhum comentário: